Decreto de Criação e Instituição de Pastorais e Movimentos | Cúria Diocesana

 

DOM ANTÔNIO MATHEUS CARDEAL CARNEIRO
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
CARDEAL-BISPO DE VELLETRI-SEGNI
VIGÁRIO GERAL DE SUA SANTIDADE PARA A DIOCESE DE ROMA

 Aos que desta lerem ou tomarem conhecimento, graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e de Jesus Cristo nosso Senhor. 

1. É sabido que o termo “pastoral” está ligado à figura bíblica do Pastor. Jesus se apresenta como o “Bom pastor que dá a vida pelas suas ovelhas” (Jo. 10, 11). A Igreja continua a ação de Jesus no mundo, cuidando das ovelhas: “Apascenta as minhas ovelhas!” (Jo. 21, 15)

2. Ao longo da história da Igreja e da reflexão teológica, a palavra “pastoral” tomou vários significados. O Concílio de Trento (1545-1563) deu grande ênfase à figura do pastor, aplicando este termo, primeiramente à figura do Bispo e depois à figura do Padre. O projeto de reforma da Igreja, neste Concílio, passa por uma definição das características do pastor e a seleção e formação de pastores: bispos e padres. Assim a palavra “pastor” era utilizada para definir as funções do bispo e do padre, em oposição ao apostolado dos leigos.

3. Mais tarde o termo “pastoral” passou a ser empregado para significar somente a terceira da tríplice missão de Cristo e dos seus seguidores: o cristão teria uma missão sacerdotal, como dom sagrado para santificar o mundo; uma missão profética, de anúncio e denúncia; uma missão pastoral (real) de cuidado da vida e da dignidade do ser humano.

4. Pode-se perceber que havia uma dificuldade de compreensão da ação pastoral da Igreja no mundo.

5. O Concílio Vaticano II (1962-1965), após longos debates, apresenta um novo significado para o termo “pastoral”. O primeiro passo nessa direção foi dado pelo Papa João XXIII, indicando como ponto saliente do Concílio sua “orientação predominantemente pastoral”. O Papa vai mais longe, quando introduz, na linguagem e no programa do Concílio Vaticano II, novas palavras como aggiornamento e sinais dos tempos. Aggiornamento indica, na intenção do Papa, que o Concílio não seja uma mera repetição da doutrina, mas uma apresentação desta mesma doutrina, com uma roupagem nova, com uma linguagem atraente e adequada aos novos tempos. Que o Concílio falasse a linguagem do povo. Com sinais dos tempos, o Papa expressa a atenção que a Igreja deve dar à situação do mundo atual, através da qual Deus nos fala.

6. 
A partir destas reflexões, podemos entender que “Pastoral”, de um lado, faz referência à fé cristã e à acolhida de Deus em nossa vida; de outro, significa o compromisso da Igreja de dar uma resposta às necessidades do ser humano, dentro da situação do mundo em que vive. Portanto, não podemos compreender uma pastoral desvinculada da fé cristã e nem alheia à realidade que vivemos. A ação pastoral deve unir fé e vida, espiritualidade e compromisso concreto, evangelização e transformação social.

7. O Concílio Vaticano II afirma que existe verdadeira igualdade entre os fiéis, quanto à dignidade e ação comum, na edificação do Corpo de Cristo, e todos participam da missão da Igreja no mundo e são chamados ao apostolado (LG. 31 e 32). Todos os fiéis participam da tríplice missão de Cristo sacerdote, profeta e rei. Aqui podemos entender uma igualdade fundamental que é compatível com a desigualdade funcional. Ou seja, todos participam plenamente da vida e do ministério de Cristo, mas cada um com sua função, seus dons e carismas próprios. Há funções específicas do bispo, do padre e dos leigos, formando todos um só corpo, que é a Igreja.

8. O Concílio vaticano II dá ênfase ao sacerdócio na Igreja: o sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial. “Após o Concílio, a consciência eclesial se desloca do sacerdócio para o ministério; descobre a dimensão ministerial de toda a Igreja e experimenta novas formas de ministério, além do ministério ordenado ou hierárquico, não como formas supletivas desta, mas como realidades autônomas e originais, que brotam de outras tantas vocações e carismas” (Pe. Alberto Antoniazzi).

9. Aqui concluímos que o sujeito (sujeitos) da ação pastoral é toda a Igreja, os ministros ordenados com seu ofício e os fiéis leigos com o seu apostolado.

10. E Para que possamos usufruir melhor de nosso "Espírito Pastoral", no uso das minhas atribuições eclesiásticas e em conformidade com o Código de Direito Canônico, decreto a instituição das seguintes Pastorais e  Movimentos na nossa diocese:

  1. Pastoral Litúrgica - Responsável por coordenar e enriquecer as celebrações litúrgicas, assegurando que a liturgia seja celebrada com dignidade e de acordo com as normas da Igreja.
    Coordenador Diocesano: Mons. Gabriel Alves Lemuny
    Secretário: Pe. Gabriel Hoffman Pavan
  2. Pastoral Laical e Social Missionária - Encarregada de promover a participação ativa e engajada dos leigos na vida da Igreja, capacitando-os para desempenhar um papel essencial na evangelização e no serviço de nossa comunidade, como também zelar pelas obras sociais e missionarias da igreja diocesana.
    Coordenador Diocesano: Pe. Gabriel Hoffman Pavan
    Secretário: Pe. Idelbrando Medeiros 
  3. Pastoral da Comunicação - Esta pastoral terá como missão propagar a Palavra de Deus por meio dos meios de comunicação, promovendo a evangelização e a unidade na nossa diocese e auxiliando todas as demais pastorais e movimentos diocesanos.
    Coordenador Diocesano: Pe. Idelbrando Medeiros
    Secretário: Pe. Pedro Henrique
  4. Serviço de Animação Vocacional(SAV) - Este importante serviço tem como obrigação promover, cuidar e zelar pelas vocações em nossa Diocese.
    Coordenador Diocesano: Pe. Gabriel Hoffman Pavan
    Secretário: Pe. Pedro Henrique
  5. Apostolado da Oração - Visando incentivar e fortalecer a vida de oração dos fiéis, promovendo a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e contribuindo para a espiritualidade da nossa comunidade.
    Coordenador Diocesano: Pe. Pedro Henrique
    Diretor Espiritual: Dom Antônio Matheus Cardeal Carneiro
11 Estas pastorais e movimentos serão integradas na vida e na missão da nossa Arquidiocese, com o objetivo de fortalecer a fé, a comunhão e o serviço cristão. Que todos os fiéis e agentes pastorais se empenhem em colaborar ativamente com essas iniciativas, para que possamos crescer na nossa jornada de fé e testemunhar o amor de Cristo em nosso meio. Com a esperança de que este decreto leve à unidade, caridade e crescimento espiritual em nossa diocese, o promulgamos sob a luz divina, na cidade de Roma, na presente data.

DADO E PASSADO em Roma, no Palácio do Latrão, ao décimo sétimo dia do mês de Março do ano de dois mil e vinte e quatro, sob o Sinal e Selo de Nossas Armas.

Antônio Matheus Card. Carneiro
Vigário Geral de Sua Santidade para a Diocese de Roma


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